Não foi tudo assim muito planejado. Provavelmente por conta disso é que tudo foi dando certo.
Era Páscoa de 2017. Eu e minha esposa Adriana Lisboa fomos à missa das 11 horas na Igreja de N.S. de Lourdes, no Parque 10 de Novembro.
Sem nada combinado e sem dizer nada para minha esposa Adriana, saímos da missa e me deu na telha de ir até uma loja de produtos para animais que também fica no Parque 10, em frente ao chamado Buracão. Aos domingos umas pessoas ficam ali na porta da loja vendendo animais de diferentes tamanhos e raças.
Ficamos ali olhando os diferentes animais oferecidos e nos chamou a atenção uns cachorros da raça shitzu. Não lembro bem se eram 3 ou 4. O que eu lembro bem é que um deles, diferentemente dos outros, ficava quietinho como se não estivesse para brincadeira naquele momento. Era o menorzinho de todos. Além do tamanho, outra coisa que despertava a atenção nele era as cores do seu pelo.
Pelo fato de ser tão pequenino em relação aos outros, de estar tão quietinho no canto, isso já nos deixava de certa forma preocupado em fazer dele a nosso escolha. Minha esposa percebeu também que ele tinha um problema nos olhos. Parecia ser estrábico. Mas, eu na verdade quando botei o olho nele já tomei a decisão que se tivesse que levar algum seria ele – quietinho ou não, estrábico ou não.
A minha esposa também se agradou pelo animal e já tinha na cabeça dela um nome para ele – HOPE. Já saiu de lá batizado: HOPE DUQUE DE LISBOA AGUIAR.
Recebemos todas as informações do animal e a sua carteirinha indicando as primeiras vacinas que já havia tomado. Em seguida entramos pela primeira vez naquele PET Store para comprar o enxoval do HOPE: cama, bebedouro, ração, sachê, brinquedo, pente, escova, shampoo, coleira, tapete higiênico. É o que eu ainda lembro de ter comprado daquele dia.
Daí para frente nossas vidas no apartamento ganharam uma outra dinâmica. Agora tinha um cachorrinho que só parecia quieto. De quieto na verdade não tinha nada. Já chegou conquistando todo mundo. Minha mãe Rosalina (in memorium), que já tinha criado muitos cachorros na vida, também ficou feliz com aquela nova vida dentro do apartamento trazida pelo Hope. Minha mãe tinha as unhas bonitas e grandes e ele adorava que ela ficasse lhe coçando a cabeça e a barriga.
Hope passou a ser também o xodó da minha irmã Diana, que até hoje é a titia mais querida dele e com quem Hope nos deu o primeiro grande susto. Minha irmã colocou Hope no colo e ele, lambendo a sua orelha, simplesmente engoliu o brinco dela. Quando deu falta do brinco e não achou, só havia uma conclusão – Hope havia engolido o brinco junto com a tarracha, aquela pecinha que nós chamamos de bundinha do brinco.
Fomos para a clínica veterinária preocupados. Ele muito alegre como se nada estivesse acontecendo. Foi atendido pela Dra. Maria Clara (in memorium) e o primeiro passo foi a radiografia para se saber onde estavam localizados o brinco e a bundinha. Veio a radiografia e lá estavam os dois bem nítidos, o brinca e bundinha. A veterinária nos deixou tranquilos, passou uma medicação e pediu que ficássemos observando pois ele ia colocar as duas peças estranhas junto com as fezes. Foram 2 dias até as peças saírem.
Mais adiante veio a ideia de castrar o Hope. Mas, antes queríamos arrumar uma namorada para ele cruzar. Foi quando apareceu a Nina, uma shitzu muito linda que veio conhecer o Hope no apartamento. Foram apenas 5 minutos para o Hope chegar junto e sacramentar.
Desse namoro nasceu em 2018 Maria Graziela Duquesa Lisboa de Aguiar que veio para fazer companhia para o papai Hope e dar mais luz e alegria para o apartamento.
Por último veio a princesa Emmanuelle Lisboa de Aguiar, uma gatinha manhosa que vivia na rua e que agora faz companhia no apartamento para Hope e Graziela. Ainda não conseguimos uma relação pacífica entre as partes, até que se consiga apaziguar e resolver a ciumeira de Hope e Graziela.
Finalizando, lembrei de Oscar Wilde. Certa vez ele disse que quanto mais tempo passarmos junto com os animais, maior o risco de nos tornarmos pessoas melhores. É a mais pura verdade. Não tenho a menor dúvida disso.
Tive a sensação de estar vivendo o conto.
Voce tem o dom da escrita e o faz com muito amor.
Amei viver esse flash de sua vida e conhecer essas criaturinhas maravilhosas, que tbm amo muito.
Bjjjs
Amei o a história dos seus pets, eles realmente nos mudam pra melhor.