Este post é dirigido aos nossos políticos e governantes.
Estamos concluindo um ano eleitoral e breve vamos iniciar uma nova legislatura. Assim, inicialmente nossos parabéns aos que conseguiram suas eleições ou reeleições. Esperamos que honrem os seus mandatos, lembrando sempre que estão a serviço do povo e não de um governo ou governador.
Queremos aqui perguntar aos eleitos/reeleitos: Município de PARINTINS – como será 2023?
Não sou de Parintins, não nasci e não moro em Parintins. Mas, como todos os amazonenses, amamos essa terra e o seu povo acolhedor e guerreiro. Entendo que a cidade de Parintins, pela dimensão e a força do seu Festival dos Bois, já era para ser, indiscutivelmente, uma cidade modelo do interior do Amazonas e não uma cidade que vive pedindo socorro em praticamente tudo.
No último festival, parte do povo da cidade viveu esses dias com suas casas invadidas pela enchente. Ano eleitoral e todos correram para se solidarizar com as famílias atingidas. Assistimos cenas comoventes, dignas de um ano eleitoral disputadíssimo em todos os sentidos.
Não nos venham eles agora dizer que a enchente tem todos os anos e que a natureza é imprevisível. Ora bolas – o festival tem todo ano e nunca falta dinheiro (e não é pouco) para bancar a apresentação dos bois, fazer os remendos e a faxina da Arena, maquilar a cidade em seu entorno, lavar e colorir as ruas e ainda bancar as mordomias de muitos convidados supostamente vips (?).
E não é só isso minha gente – é o povo que paga uma fatia gorda dessa conta. Em contrapartida, esse povo nunca fica sabendo quanto custou e em que foi gasto cada centavo que saiu do seu bolso. Na verdade, sem querer ofender aos nossos políticos, nem eles mesmos, como fiscais do povo, ficam sabendo ou se interessam de fato por conhecer e dar publicidade a essa prestação de contas do Festival ano a ano. Antes que algum venha a dizer que isso é problema do TCE e não dos políticos, adianto que seria uma resposta cínica e não convincente por vários motivos.
O certo é que a cada ano que passa é a mesma ladainha, a mesma conversa fiada de sempre. Ninguém presta conta de coisa alguma. Não há, até prova em contrário – TRANSPARÊNCIA. Aliás, nunca ninguém esclareceu como é que o Estado e o Município conseguem injetar dinheiro público nas agremiações do Boi, com essas agremiações acumulando dívidas de encargos de toda natureza. Não poderiam receber nenhum centavo de dinheiro público, creio eu. Estamos vendo os Bois perdendo seus bens/móveis em leilões. Uma vergonha! Onde está o TCE nessa hora? Onde estão os fiscais do povo?
Ano que vem, 2023, não teremos disputa eleitoral. Significa dizer que os políticos e os governantes não estarão assim tão interessados ou empenhados pelo festival. Mas, uma coisa é certa – o festival vai acontecer, vai ter dinheiro para os Bois, para a faxina da Arena, para a maquiagem de sempre em seu entorno para receber os visitantes, sem esquecer as mordomias dos convidados supostamente vips, que passam ali alguns dias maravilhosos de diversão e cultura e depois simplesmente vão embora sem saber e sem conhecer a realidade do povo que abriga esse evento mundialmente reconhecido.
A pergunta ao futuro governante e políticos eleitos e reeleitos é: o que existe de real e de concreto para melhorar as condições de vida do povo de Parintins já para o próximo festival? O que os visitantes e convidados vão encontrar na cidade de Parintins como melhorias concretas de infraestrutura e outras coisas mais para o seu povo, e não só aquelas que só acontecem enquanto dura o festival? Será que existe alguma coisa de fato, de concreto e definitivo para se comemorar no próximo festival em benefício do povo de Parintins?
E antes que eu esqueça:
– O porto de Parintins vai passar por adequações, melhorias ou vai continuar com as mesmas mazelas de sempre, com riscos de ser interditado como foi da última vez? Colocar a culpa só nas autoridades pela interdição ou perseguição, é brincar com a nossa inteligência, é nos tratar como bobos ou idiotas.
– Recentemente tivemos uma tragédia no festival da Ciranda em Manacapuru. Tudo por conta de uma alegoria que despencou de uma certa altura, já enlutou família e vai deixar vitimas com sequelas pelo resto da vida. Quem sabe um dia se chegue às verdadeiras causas e aos culpados. Quem sabe as vitimas venham a ser indenizadas por tamanha irresponsabilidade. Que sirva de alerta! No caso do Festival de Parintins, onde há recursos públicos envolvidos, por acaso as autoridades sabem dizer em que condições estão os equipamentos e as estruturas que são reaproveitadas e/ou usadas para a criação e apresentação das alegorias dos Bois? Perguntar não ofende e prevenir tragédias é sempre bom para o nome do Festival e do próprio Estado e Município.
Finalizando, vamos aguardar o que as autoridades e os políticos tem a nos dizer em termos de benefícios reais e concretos para o povo da cidade de Parintins em 2023 e não apenas para a semana do Festival dos Bois que virá. Será que é pedir muito?
Sempre preciso e sensato em suas observações. Vamos cobrar os Gestores e os órgãos de fiscalização. O povo também tem que fazer sua parte…. denunciar, cobrar e saber votar